Linhagens Africanas da Família Nunes – Borges de Andrade

A miscigenação do povo brasileiro é inegável. Quando olhamos para o passado de nossos ancestrais, conseguimos identificar essa diversidade étnica de povos que contribuíram para a nossa genética, prevalecendo os povos portugueses, africanos e indígenas, seguido por espanhóis, italianos, alemães, poloneses, austríacos, sírio-libaneses, japoneses, franceses, entre outros. O Brasil de muitos povos.

Deveríamos ter muito orgulho de saber que temos um pouco dessa variedade de etnias, pois isso nos remete a histórias dessa diversidade de povos. Alguns desses povos foram tristemente dominados, escravizados e massacrados, e nos ensinaram muito sobre resistência e resiliência, como os povos africanos, que foram arrancado de suas nações para ser escravizados, e os indígenas, expulsos de suas terras. Também nos possibilita entender aspectos culturais e sociais da nossa atualidade.

Aprofundando as buscas genealógicas pelo meu lado materno (avós maternos), identifiquei duas linhagens que chegam a mulheres pretas. Uma delas a 8 gerações acima de da minha linha, pela parte do meu bisavô, Elviro Fermino Nunes, que chega a mulher preta Brízida Maria Pereira. A outra linha pela minha bisavó, Maria Benta Borges de Andrade, também 8 gerações acima da minha linha, que chega a preta Apolônia Maria de Jesus. Neste post vou falar de uma delas, a linhagem que chega a Brízida Maria Pereira. Num próximo post, falarei da outra linhagem.

1 – BrÍzida Maria Pereira

Segundo informações constantes nos registros, BrÍzida Maria Pereira era natural de Laguna, Santa Catarina, foi escrava de Matheus José de Souza, e comprou sua alforria em 27 de abril de 1802, na Vila de Lages, por 6$8000. Foi casada com o açoriano Antônio de Pontes Corrêa, provavelmente em Laguna, Santa Catarina.

Marcelo Meira Amaral Bogaciovas, em seu artigo “Antigos Proprietários Rurais de Lages”, cita:

“Antônio de Pontes Corrêa foi casado com Brízida Maria Pereira, escrava que fora de Mateus José da Silva. Sua alforria foi passada a 27 de abril de 1802 na vila de Lages (1º Ofício de Lages, Lº de notas nº 5, fls. 29 a 30) pela quantia de 6$800, pela sua alforria e de seus filhos. Há uma outra carta de alforria dela, passada a 12 de junho de 1802 na vila de Lages (1º Ofício de Lages, Lº de notas nº 5, fls. 31-v a 32-v), outorgada pelo Capitão Joaquim José Pereira: além de Brígida Maria Pereira, receberam carta de alforria um filho por nome Joaquim e duas filhas, uma por nome Madalena e outra por nome Guiomar. De acordo com o recenseamento de 1803 de Lages, Antônio de Pontes Corrêa nasceu cerca de 1754 na Ilha de São Miguel, branco, agricultor e estava se divorciando naquele ano de Brígida Maria, de quem houve Madalena, parda, nascida cerca de 1787, Joaquim e Ana; eram senhores de 5 escravos.“

“Antônio de Pontes Corrêa tinha um sítio denominado Pedras Brancas, havido por compra e tinha cultivado com plantações e tinha de frente um quarto de légua e fazia fundos para uns sertões, terras lavradias. Confrontava por uma parte com o sítio dos Conselhos e com outra com a fazenda dos Araújos. Tinha 2 escravos empregados no cultivo de plantações.”

Brízida Maria Pereira gerou pelo menos 5 filhos, Maria Magdalena (ou apenas Magdalena), Ana, Joaquim, Umbelina e Guiomar.

2 – Maria Magdalena Pereira

Maria Magdalena Pereira é a minha ascendente direta, nasceu aproximadamente em 1787, em Laguna, foi casada em Lages, aos 30 de janeiro de 1806 com Aurélio Antonio Adornes, ele natural de Santo Antonio da Patrulha, Rio Grande do Sul. O casal gerou 7 filhos, entre ele Anastácia Maria Martins Monteiro.

Casamento de Maria Magdalena

3 – Anastácia Martins Monteiro

Anastácia Martins Monteiro foi batizada aos 7 de junho de 1819 em Lages, Santa Catarina, faleceu em 13 de abril de 1867, em Lages, Santa Catarina. Foi casada aproximadamente em 1837 com Firmino José Nunes, nascido em 28 de outubro de 1813, em Santo Antônio da Patrulha, Rio Grande do Sul. O casal teve 15 filhos, entre eles, Balbina Nunes Martins.

Batismo de Anastácia

Óbito de Anastácia

4 – Balbina Nunes Martins

Balbina Nunes Martins, foi batizada aos 4 de julho de 1850 em Lages, Santa Catarina, faleceu aos 30 de maço de 1878, em Lages, Santa Catarina. Foi casada em 10 de maio de 1866, em Lages, Santa Catarina, com Antônio Firmino de Figueiredo. O casal gerou 6 filhos, entre eles, Honorato Firmino de Figueiredo.

Batismo de Balbina

Óbito de Balbina

Casamento de Balbina

5 – Honorato Firmino de Figueiredo

Honorato Firmino de Figueiredo, nasceu em 28 de junho de 1875 em São Joaquim, Santa Catarina, foi batizado em 19 de fevereiro, faleceu em 22 de maio de 1922 em São Joaquim, Santa Catarina. Foi casado em 1º de março de 1897 em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, com Joanna Justiniana da Rocha. O Casal teve os seguintes filhos.

1. Maria Laura Nunes (1897-1952)
2. Enedina Nunes da Rocha (1899-1981)
3. Antonio Firmino Nunes (1902-?)
4. Filippe Firmino Nunes (1902-?)
5. Theodora Rosa de Figueiredo (1906-1990)
6. Elviro Fermino Nunes (1907-1990)
7. Argemiro Firmino Nunes (1909-?)
8. Maria Madalena Nunes (1911-?)
9. Magdalena Figueiredo (1914-?)

Batismo de Honorato

Casamento de Honorato

Óbito de Honorato

5- Elviro Fermino Nunes

Elviro Fermino Nunes, nasceu em 7 de junho de 1907 em São Joaquim, Santa Catarina, faleceu em 6 de fevereiro de 1990 em São Joaquim, Santa Catarina. Foi casado no civil em 25 outubro de 1945 em São Joaquim, Santa Catarina, com Maria Benta Borges de Andrade. O Casal teve os seguintes filhos:

1. Valentin Nunes
2. Belmira Fermino Nunes
3. Necy Fermino Nunes
4. Darci Nunes
5. Honorata Fermino Nunes
6. João Fermino Nunes
7. Olímpio Nunes
8. Rita de Cassia Fermino Nunes
9. Joaquim Nunes
10. Tonico Nunes
11. Honorato Firmino Nunes

Nascimento Elviro

Óbito Elviro

Casamento Elviro