Cultura e Curiosidades

Máscaras Venezianas

Veneza é uma cidade que sempre me encantou, mesmo antes de saber exatamente de sua real existência. Meus primeiros contatos com a misteriosa cidade foram em dois lindos quadros com pinturas na minha casa de infância que ilustravam esplêndida cidade e depois em filmes. As pinturas dos quadros ilustravam não só a cidade, como os canais de Veneza, as famosas gôndolas, as pessoas e suas vestimentas épicas. Aquelas imagens foram muito marcantes para mim, uma delas mostrava um homem segurando o remo e as as mulheres com aqueles vestidos do século XVIII (período estimado), os vestidos eram muito armados e a cintura bem apertada, as mulheres pareciam usar perucas, o estilo de vestimentas era muito similar aquela usada na novela da Globo “Que Rei Sou Eu”.

Os dois quadros das pinturas maravilhosas de Veneza não os vi mais, não tenho ideia qual foi o destino deles, mais de 30 anos se passaram e aquelas imagens não se apagaram da minha memória e o meu fascínio por Veneza sempre esteve latente, principalmente por amar filmes épicos e admirar Veneza. Meu interesse pela Itália e pela cultura de fato florou tarde, mesmo sendo descendente de italiano, mas estou eu aqui, pesquisando, aprendendo e compartilhando conteúdo.

Isso porque a cultura italiana é tão natural nas famílias descendentes, que acaba passando despercebido que nossos hábitos advém dessa cultura, como nossa alimentação, os nossos fortes laços familiares, o fato de gostarmos de falar muito e falar alto, enfim, muitas “italianices” nos acompanham, que nos caracterizam enquanto descendentes e mal nos damos conta desses detalhes.

Mas voltando ao foco, Veneza é um lugar sedutor e mágico, tive a oportunidade de conhecer e quero e preciso voltar para lá umas dez vezes, no mínimo. É lindo de morrer!!! Claro que eu não moraria lá, porque dizem que tem muitos ratos (eu juro que não vi nenhum). Mas passar o dia e voltar e dormir em Mestre, parte continental, é bem tranquilo.

Veneza, tão misteriosa e sedutora!

A cidade de Veneza é tão bonita, que não é só eu que acho, pois é a segunda mais visitada do mundo segundo o Wikipédia. Quanto ao Carnaval de Veneza, chamado de Carnevale inicia 2 semanas antes da quarta-feira de cinzas. Por duas semanas são realizadas comemorações. Os primeiros Carnevales datam do século XI, mas as máscaras (maschere) só integram o cenário a partir do século XII. E o negócio ficou tão aquecido que em 1400 nasceu a ordem dos fabricantes de máscaras venezianas, os “mascareri”.

Se as máscaras venezianas hoje são utilizadas apenas nas duas semanas de comemorações que antecedem a quarta-feira de cinzas, no passado, elas eram utilizadas por um período mais longo, por meses. O uso da máscara tradicionalmente era permitida a partir do dia 26 de dezembro até a véspera da quarta-feira de cinzas, e alguns utilizavam-as por todo esse período, por alguma razão específica e aceita na época, tais como, em jogos de azar ou trocas obscuras entre comerciantes e contrabandistas, aqueles que iam mascarados jogavam para desempenhar um papel e, como tal, não poderiam ser presos por sua conduta à beira da legalidade. Como se o uso da máscara permitisse que a pessoa interpretasse uma outra pessoa, não respondendo legalmente e moralmente pelas suas atitudes.

Com o passar dos anos, as máscaras passaram a ser proibidas para certos espaços sociais e situações e permitidas para outros, por exemplo, mulheres comprometidas iam ao teatro de máscara, moças solteiras não. Passou a ser proibido o uso de máscaras em cassinos, durante a noite, em mosteiros, em bordéis.

No século XVIII os venezianos estavam no delírio da moda do uso das máscara, todos usavam ou queriam usar, jovens e velhos , plebeus e patrícios e, pobres e ricos, mães com bebês de colo, mendigos.

Na época da ocupação Austríaca, o Carnaval Veneziano o uso das máscaras foram proibidas, havia medo e temor que a população se rebelasse, sendo retomado somente em 1979, quase dois séculos depois.

As máscaras permitiam um novo personagem e fazendo um paralelo com os dia de hoje, com o uso das redes sociais, nos perfis que as pessoas criam, também é uma forma de “mascarar”, também criamos um personagem, uma maschere, e pensando em pessoas de boa índole, aquelas que sofrem com a timidez, por exemplo, acaba encontrando nas redes sociais uma forma de se comunicar. Agora fazendo um outro paralelo, com uma pessoa que utiliza a rede social para criar um perfil falso (perfil fake) e pior, para disseminar notícias falsas, daí vem aquela frase dita pelo sinistro Joseph Goebbels, “Uma mentira repetida mil vezes torna–se verdade“, e a mentira vira verdade e a sociedade vira um caos. Enfim, existem diversos exemplos de personagens nos perfis de redes sociais, por isso no aspecto da legalidade lá em Veneza o “oba, oba” do uso das máscaras teve que mudar e por isso aqui no Brasil o “oba, oba”do uso das redes sociais está mudando.

Fontes de pesquisa:

https://www.vivovenetia.it/maschere-venezia/ http://www.treccani.it/enciclopedia/maschera_%28Enciclopedia-Italiana%29/

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